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É o termo utilizado para designar pessoas que não precisam de muito tempo para se apaixonarem, nem têm medo de sentir demais.

Sempre fui alguém que gosta de sentir demais. Gosta de ter o peito quente de sentimento, – seja ele qual for.

Até há uns tempos ele era fogo que ardia e queimava, magoava um pouco mais dia após dia, porque a sua intensidade era de tal forma aterrorizante e persistente que, mesmo empenhando-me em despedir-me dele, era tipo areia movediça em que me enterrava passo a passo!

Talvez, por isso, o sentido da palavra deixou de se entranhar tanto nas minhas veias, porque o medo de morrer acordada consumiu-me por completo.

A certo momento os passos que fui dando não me enterravam mais, porque agora tenho os pés assentes no chão plano e quiçá já esteja a ver a luz ao fundo do túnel!

Sinto o corpo quente, um calor harmonioso que me cobre cada ínfima parte do ser marcado pelo passado. Outro torso sara as feridas que ainda não cicatrizaram por completo. Esse mesmo torso mostra-me que ainda tenho o termo enraizado em cada recanto de mim.

Porque volto a sentir demais e é uma sensação de paz e de certeza que a paixão é conexão que não tem tempo de validade.

O seu tronco enroscado ao meu, tranquiliza. Faz esquecer o resto do mundo porque o mundo, ali, somos só nós.

Gabriela Meireles

Escritora

Imagem Por, Kenyon Cox, “A Blonde” (National Academy of Design)

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