— Aonde vamos, pai? – Perguntou o Benjamin ao seu pai.
— Como tiraste boa nota no teu teste, vou comprar-te um brinquedo qualquer da loja. – Prometeu o seu pai.
— A sério?!
— Sim.
Eles entraram para dentro da loja de brinquedos e o Benjamin lá foi acelerado a percorrer todos os corredores à procura de um boneco dentro de milhares.
Alfredo, o seu pai, cumprimentou o lojista e entrou. Ao andar num corredor, ele viu um cavalinho de plástico e pegou nele.
— Já não se fazem muitos destes. – Disse ele ao lembrar-se dos seus tempos de criança, quando brincava com os seus brinquedos na altura e o seu pai ajudava a construir uma miniquinta para os seus bonequinhos.
Isso lembrou-lhe imensas boas memórias com o seu pai quando era criança e conseguia sonhar e imaginar brincadeiras a torto e a direito. Mas agora? Ele olhava para o cavalo e isso não lhe acontecia. Via o cavalo e lembrava-se das boas recordações. Ele olhava para outro brinquedo na estante, mas só via simplesmente o boneco e nada mais.
Perguntou-se se terá perdido a imaginação algures na vida quando cresceu e olhou tristemente para os brinquedos das estantes à espera de uma criança que lhes desse o seu devido uso.
— Pai! Já encontrei! Eu quero este! – Chegou o Benjamin e trazia um robô vermelho e azul.
Alfredo olhou para o brinquedo e não lhe veio brincadeira nenhuma que poderia fazer, mas ele olhou para os olhos do seu filho e reparou que os seus olhos emanavam imaginação.
Ele ficou feliz por saber que não perdeu a imaginação que tinha quando era criança, simplesmente passou-a ao seu filho para ele ter alguma imaginação para poder brincar. Decidiu que iria fazer com o seu pai lhe fez e iria brincar com o seu filho e com este robô para que seja uma das suas melhores recordações de infância.
— Se está escolhido, vamos comprá-lo. – Disse o Alfredo com um sorriso na cara a imitar o filho enquanto caminhavam em direcção ao balcão.
Imagem Por, Winslow Homer, “Dad’s Coming!”
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