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Aos meus dezoito anos apercebi-me pela primeira vez da minha obsessão com livros e o quão bookaholic eu era. Quando fazemos dezoito anos os nossos pais propõe que nós tiremos a carta de condução, no entanto, comigo as coisas foram um pouco diferentes; ao atingir a maioridade, o meu pai questionou me “Quando é que te vamos inscrever na escola de condução?” ao que, transparecendo a minha profunda paixão pelo mundo da literatura, eu respondi “Pai, para antes na Bertrand que eu quero um livro”. O livro que comprei, e já lá vão sete anos, foi A Guerra dos Tronos; no entanto, este permanece por ler visto que descobri rapidamente que não era o género de livros que gostava.

Ao passar dos anos foi crescendo e a minha obsessão por livros foi crescendo também. O meu quarto foi tornando-se numa Biblioteca e eu, a menina que outrora ficava entusiasmada com a magnitude da Bertrand e intimidada pelos livreiros, tornei-me na livreira. Os livros sempre me transportaram para um estado de espírito mais eu e não havia festa onde eu não fosse encontrada com o nariz preso às páginas de um – dançar não tinha nenhuma importância quando Clary e Jace, da série literária Os Instrumentos Mortais, estavam prestes a beijar-se. Erradamente achava estar sozinha na minha fascinação pela literatura, nunca me passou pela cabeça que existiam muitas outras pessoas obcecadas em saber quando seria publicado o Sol da meia-noite que conta os factos do ponto de vista de Edward.

Quando dá-se o segundo confinamento, crio na internet o meu pequeno cantinho dedicado a minha obsessão (@beebookaholic) e admito que nunca pensei que a internet e o meu amor pelos livros pudesse proporcionar-me tanto. Consegui, consequentemente, conhecer pessoas e criar amizades profundas com pessoas de vários pontos do país; sentia-me finalmente compreendida. Puxada pelo amor pelos livros, mudei de cidade para poder estudar mais sobre o mundo que tanto me fascina – a literatura. Percebi, através d’O mundo à beira de um ataque de nervos, que não há nada mau em, ao longo desta caminhada a que chamamos vida, recuar e voltar para trás. Logo, quando tive que voltar para casa e mudar, novamente, a casa de todos os meus livros, não me senti triste.

Podemos, das histórias de heróis que lemos ou nos são contadas, retirar a lição de que não podemos viver de se’s. A minha vida não é tão excitante quanto a da Feyre, da série literária A Court of Thorns and Roses, por isso, sempre que preciso de algo a mais refugio-me na fnac mais próxima – de preferência, na zona da Sarah J Maas ou Elle Kennedy. A vida duma auto diagnosticada bookaholic como eu é bastante simples. Tento sempre transmitir o meu amor pelo mundo literário, faço parte de clubes de leitura, construo cenários possíveis dos próximos capítulos, mas acima de tudo isto ser uma bookaholic é viver assegurada de que se tiver um dia péssimo posso sempre contar com a Colleen Hoover para me distrair. Pois, afinal, a vida é muito melhor com um livro a nossa beira.

Beatriz Gonçalves

Criadora de Conteúdo

Imagem Por, Claude Monet, “The Beach at Trouville

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