Sempre foste apaixonada pelo amor
Devoravas romances como se fossem pipocas
Imaginavas contos de fadas como se fossem filmes
Vivias a vida como se já a soubesses
Sonhavas ser alguém
Sabias que não ficarias aquém
Achavas que sabias amar
Mas nem sempre te amaste
Confiaste em muitos
Mas muitas vezes desconfiaste de ti
Já sorriste porque pensaste que poderia fazer sorrir
Já choraste escondida com medo que vissem
Gritaste revoltada
Bateste o pé
Disseste que não
Disseste já chega
Mas só porque era com os outros
Porque contigo tudo estava bem
Querias chegar longe
Ser grande
Querias correr
Mas julgavas que por não seres a mais rápida
Não irias longe
Caíste vezes sem conta
Olhaste para o chão com lágrimas no rosto
Ergueste a cabeça com um sorriso rasgado
Um dia perdeste o medo
Perdeste a vergonha
Choraste porque precisavas
E não o escondeste
Percebeste que a vida te bate uma e outra vez
Sabes que não vai para
Aprendeste a gritar e a lutar por ti
Por cada vez que caíste
Soubeste erguer-te mais rápido
Mais forte
Querias ser alguém
Não sabias como
Mas confiaste em ti
E talvez tivesses razão
Anos mais tarde ainda cais tantas vezes
Ainda choras
Por vezes escondida
Outras vezes no meio da multidão
Mas quando sorris
O sorriso é genuíno
Tens o sorriso de uma criança que cresceu rápido
Tens o brilho no olhar de quem aprendeu a amar a vida
És mais forte do que alguma vez foste
E sabes que não tens nem um pouco da força que um dia terás
Vitória Ferreira
Autora e escritora dos textos “Dois Caminhos Para o Mesmo Destino” “Poema ao Espelho“, “Palavras… Que Palavra Mais Peculiar” e outros textos.
Imagem Por, Frida Kahlo, “Self-Portrait with Thorn Necklace and Hummingbird”
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