Categoria: Poesia

Enquanto te aninhavas no meu colo,Protegia com as minhas mãosAs marcas vermelhas, ensanguentadas,Do teu corpo.Quis ser bálsamo e tirar-teA dor...

Agarraram os meus braços e amarraram as minha pernas às raízes da árvore que eu não escolhi, foi como um suicídio forçado. Por fim, amanheci.

V de VendettaPouso o chapéuPausa a paleta V de VendettaAlerta negroCousa tá preta V de VendettaVê-me a venderVento na pirueta...

O sabor do café lembra-me a amargura da saudade e conforta-me, dando-me um abraço quente neste início de outono.

Eu devia odiar-te, mas não consigo, estás em todas as partes da minha vida, estás nas cicatrizes nos meus braços.

Eu podia pilotar um avião. Conquistar o mundo com asas de campeão. Eu podia ser cirurgião. Tirar do ventre do doente uma maldição.

Será que falo contigo para não sentir o tempo passar? Para não morrer sem ficar virgem da alma em perigo. Já não falo contigo

Os teus olhos podem cada lua que a minha saudade regista e o rendilhar das palavras incontidas nas amarras da língua consciente.

É uma equação que bem resolvida tem no x uma ferida e no y uma aflição. Não dará para contornar o sofrimento?

Fechei os olhos, não por sono, não por cansaço, mas por vontade de voltar àquele espaço, sem regras e sem barreiras.

Há pessoas que vêm o belo no locus amoenus. Eu cá prefiro ver o belo no assustador e tenebroso. Na escuridão e na falta de luz.

Escrevo e há quem goste, se perguntares-me pelo segredo, direi que não o sei. Apenas coloco um pouco de mim em tudo que escrevo.

Nunca me disseram que cada dia tem de ser vivido nem como criar uma existência por entre a alternância de alegria e dor.

Eu amo-te pelo que és ou amo o que és porque te amo? (…) No momento presente o momento ausente é a resposta.