Mais do que o que faço com elas
É o que fazem comigo
Tornam-me reféns
de tão reféns que já são aos meus pensamentos.
Tomam o lugar das emoções
Personificam-se por mim
e por mim
tornam-se tudo o que sou.
Quem seria eu sem as ter?
Elas vivem sem mim,
mas eu não viveria sem elas.
Parecem nascer sozinhas
como se a mente
meramente aguarda-se por elas.
Palavras,
uma só e simples palavra
com tanto a dizer.
Mais do que algo escrito,
é tudo o que penso mas nunca foi dito.
Palavras,
sentimento exacerbante incapaz de escapar ao papel,
lágrimas de tinta,
sorrisos riscados,
desejos cantados,
amores que nunca chegaram a dois apaixonados,
histórias que a memória não lembra,
mas palavras nunca esquecem.
sonhos momentâneos, passageiros,
que as palavras traçam como futuros.
Palavras?
Não sei bem o que são.
Não sei bem o que fazer delas,
mas seria incapaz de viver sem elas.
Não sei bem o que fazer delas,
mas elas fazem o que querem de mim.
São tudo, menos o fim.
Vitoria Ferreira
Autora e escritora dos textos “Ano Novo, mas… Vida Nova?“, “Onde tudo se sente, sabendo sentir”, “Aniversário“, “As Pessoas São como São“ e “Poema ao Espelho“
Imagem Por, Mel Bochner, “Blah, Blah, Blah (2018)” (Art Basel Miami Beach)
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