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Do nascer do sol ao pôr-do-sol, eu esperei por ti.
Como se fosse uma árvore que não saía do sítio.
A diferença é que eu não florescia. Sentia-me apagada, a ver o tempo passar, enquanto olhava para a porta.
Algo em mim dizia que ias chegar. Esta mania de quem ama, ter uma esperança inacabável, mesmo quando os sinais estão à frente dos nossos olhos.
Tinha em mente que tinhas ido embora porque tinha de ser e não porque querias.
Mas o que é esse “tinha de ser”?
Quando se ama fica-se ou fica-se, certo?
No entanto, qualquer desculpa para te teres ido embora parecia-me válida.
Acreditava em tudo menos que já não me amavas.
A verdade atravessou-me o coração da pior forma.
Tu já não me amavas.
O pior é que havia outra pessoa no teu caminho.
Outro corpo em que te balançavas de prazer.
Enquanto eu estava ansiosa para te ver.
Aconchegavas-me no sofá à noite, enquanto a tua cabeça estava noutra.
Fui enganada e pedi-te desculpa.
Mentiste-me e eu quis-te de volta.
O quão ridículos conseguimos ser quando amamos?

Rafaela Brito

Escritora e Autora do Livro “(Mar)ia“ e dos Poemas “Café Amargo“, “Agarraste na Minha Mão” e “Esperei Por Ti”

Imagem Por, Jack Vettriano, “Baby, Bye Bye

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