Do nascer do sol ao pôr-do-sol, eu esperei por ti.
Como se fosse uma árvore que não saía do sítio.
A diferença é que eu não florescia. Sentia-me apagada, a ver o tempo passar, enquanto olhava para a porta.
Algo em mim dizia que ias chegar. Esta mania de quem ama, ter uma esperança inacabável, mesmo quando os sinais estão à frente dos nossos olhos.
Tinha em mente que tinhas ido embora porque tinha de ser e não porque querias.
Mas o que é esse “tinha de ser”?
Quando se ama fica-se ou fica-se, certo?
No entanto, qualquer desculpa para te teres ido embora parecia-me válida.
Acreditava em tudo menos que já não me amavas.
A verdade atravessou-me o coração da pior forma.
Tu já não me amavas.
O pior é que havia outra pessoa no teu caminho.
Outro corpo em que te balançavas de prazer.
Enquanto eu estava ansiosa para te ver.
Aconchegavas-me no sofá à noite, enquanto a tua cabeça estava noutra.
Fui enganada e pedi-te desculpa.
Mentiste-me e eu quis-te de volta.
O quão ridículos conseguimos ser quando amamos?
Rafaela Brito
Escritora e Autora do Livro “(Mar)ia“ e dos Poemas “Café Amargo“, “Agarraste na Minha Mão” e “Esperei Por Ti”
Imagem Por, Jack Vettriano, “Baby, Bye Bye”
Também Gostarás:
- Desvaneio Os seus olhos encheram-se de lágrimas assim que o viu. Ele estava ali mesmo, de frente para ela, sentado na...
- Conselho de um Verdadeiro Amigo Claro que aceito! Mas quero primeiro conversar contigo, que tal combinarmos um café?...
- O Caminho Não Escolhido, de Robert Frost Dois caminhos se separavam em um bosque amarelo, e lamentando não poder seguir os dois muito tempo eu fiquei parado....
- A Joaninha que Aprendeu a Voar Num dia chuvoso, Joaninha estava aborrecida, fechada dentro de casa, como acontecia nos dias chuvosos...
Mais
Ode a Ti
Achavas que sabias amar, mas nem sempre te amaste. Confiaste em muitos, mas muitas vezes desconfiaste de ti.
Três Poemas de Amor, Loucura e Homens que Choram
No seio da loucura nós amamos e depois choramos, trazemos três poemas, pois, afinal somos homens e mulheres que choram, amam e enlouqueceram.
Valentim Sangrento
O nosso amor virou ódio, as flores já murcharam. Sangue nas nossas rosas, quatorze de fevereiro valentim sangrento.
Quatro Textos de Amor
Celebrando o belo sentimento do amor temos dois poemas escritos pelo Pedro Amaral e dois textos de prosa poetica escritos pela Carolina Cruz.
Sorrisos e Magias de Natal
Este natal entre embrulhos e brinquedos e a azáfama da tradição resta apenas um presente valorizar quem eu sou.
Agarraste na Minha Mão
Agarraste na minha mão. Quase te perguntei o que estavas a fazer. Não estava habituada a um toque tão terno, como a tua mão na minha.