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O sabor do café lembra-me a amargura da saudade.
Em simultâneo, conforta-me, dando-me um abraço quente neste início de outono.
As folhas ainda não estão a cair das árvores e o sol ainda brilha como se fosse verão.
No meu coração está a chegar o inverno, onde o gelo se sobrepõe ao calor, onde as mãos geladas são uma constante. O meu coração quer esfriar, depois das mágoas que tiraram o quente que nele habitava.
O amor não correspondido.
A dor da traição.
A exaustão de ir atrás.
Roubou o aquecimento que existia no meu coração.
Não sou mais eu.
A minha forma de amar já não é a mesma.
Tornei-me daquelas pessoas que quando sentem o aroma a amor, fogem.
Ai de mim amar, para voltar a amargura da dor e da saudade.
Ai de mim amar.
Quero tomar este café sozinha, no sabor amargo da saudade
Não quero tomá-lo com alguém que, passado uns tempos, me partirá o coração.
Enquanto o “para sempre” não existir, eu não quero amar.

Rafaela Brito

Escritora e Autora do Livro “(Mar)ia
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Imagem de uma Mulher num Café no Outono

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