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Preferiu calar-se
escolhendo a empatia,
permitindo iludir-se
de que não sentiria melancolia.

Mas enganou-se a respeito
assumir que engoliria,
para depois digerir o enfeito
de uma vil teoria.

E assim pensou ser empatia
acreditar nessa mentira,
à qual ela já deduzia
que ele acreditaria.

Ela nutria-lhe a fantasia
que o para sempre existia,
pois assim tinha tempo
para encontrar novo sustento.

Porque ela sabia
que ele não sabia de si
e como era assim
ele dizia sempre que sim.

Ele desconhecia
que o sim era receio do não,
e ao invés da empatia
tinha era medo da solidão.

Desaprendeu a gostar de si
com pavor de não ser amado,
habituando-se a pedir por amor
como algo que pudesse ser cobrado.

E teve então que se desiludir
para finalmente entender,
que para desistir
não se tem que perder.

É esse o poder da vida
de nos fazer encontrar um novo sentido,
pois se ela nunca fosse sofrida
a gente nunca mudaria de caminho.

Kevin Mendes Fernandes

Psicólogo e Escritor, autor do livro “O Verso do Sofrimento

Imagem Por, Edvard Munch, “Vampire [Vampyr]

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