Preferiu calar-se
escolhendo a empatia,
permitindo iludir-se
de que não sentiria melancolia.
Mas enganou-se a respeito
assumir que engoliria,
para depois digerir o enfeito
de uma vil teoria.
E assim pensou ser empatia
acreditar nessa mentira,
à qual ela já deduzia
que ele acreditaria.
Ela nutria-lhe a fantasia
que o para sempre existia,
pois assim tinha tempo
para encontrar novo sustento.
Porque ela sabia
que ele não sabia de si
e como era assim
ele dizia sempre que sim.
Ele desconhecia
que o sim era receio do não,
e ao invés da empatia
tinha era medo da solidão.
Desaprendeu a gostar de si
com pavor de não ser amado,
habituando-se a pedir por amor
como algo que pudesse ser cobrado.
E teve então que se desiludir
para finalmente entender,
que para desistir
não se tem que perder.
É esse o poder da vida
de nos fazer encontrar um novo sentido,
pois se ela nunca fosse sofrida
a gente nunca mudaria de caminho.
Imagem Por, Edvard Munch, “Vampire [Vampyr]”
Também Gostarás:
- Dor de Mãe De longe, vejo uma porta aberta. Está a chover intensamente. Não tenho ninguém, estou sozinho!...
- Conforto Desconfortável Sinto-me invisível como alguém que nunca existiu...
- Soneto ao Amor Estar apaixonado levanta-nos o ego, mas o mais complicado é quando o amor é cego...
- A Genialidade Parada E aí, nesse momento - entre a dúvida e o desespero, a aflição ansiosa - devolvo o mirar....
Mais
Ode a Poesia
A poesia é a minha companhia, acompanha-me noites fora quando o corpo implora descanso, mas a mente não se cansa, ouve-me com atenção
Ode a Ti
Achavas que sabias amar, mas nem sempre te amaste. Confiaste em muitos, mas muitas vezes desconfiaste de ti.
Três Poemas de Amor, Loucura e Homens que Choram
No seio da loucura nós amamos e depois choramos, trazemos três poemas, pois, afinal somos homens e mulheres que choram, amam e enlouqueceram.
Valentim Sangrento
O nosso amor virou ódio, as flores já murcharam. Sangue nas nossas rosas, quatorze de fevereiro valentim sangrento.
Quatro Textos de Amor
Celebrando o belo sentimento do amor temos dois poemas escritos pelo Pedro Amaral e dois textos de prosa poetica escritos pela Carolina Cruz.
Esperei Por Ti
Do nascer do sol ao pôr do sol, eu esperei por ti. Como se fosse uma árvore que não saía do sítio. A diferença é que eu não florescia.