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Agarraste na minha mão.
Quase te perguntei o que estavas a fazer.
Não estava habituada a um toque tão terno, como a tua mão na minha.
Não foi só por agarrares. Agarraste com força, como se não quisesses deixar-me fugir.
Será que não queres?
Não acredito.
Largam sempre a minha mão, no exato momento em que os meus sentimentos já são maiores. Quando o amor já ronda aquele espaço. É a altura em que largam.
Larguei-te a mão, para não seres tu a largar a minha quando te começasse a amar.
Voltaste a agarrá-la, enquanto os teus olhos incendiavam os meus.
Desviei-os porque o meu coração ia saltar-me do peito.
Entrelaçaste os nossos dedos.
O meu corpo congelou.
O que é suposto fazer agora?
— Só tens de amar. — disseste.
E eu fiquei presa ali.
No “só”. Amar… nunca é “só”. É tanto.

Rafaela Brito

Escritora e Autora do Livro “(Mar)ia“ e do Poema “Café Amargo

Imagem Por, Frank Bernard Dicksee, “The End of the Quest” (Leighton House Museum)

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Pintura de Jean-François Millet, “Starry Night” que representa este poema sobre saudade intituladoVai Até ao Limite da Tua Saudade, de Rainer Maria Rilke Previous post Vai Até ao Limite da Tua Saudade, de Rainer Maria Rilke
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