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Encosto os meus lábios à minha mão

E sinto o teu cheiro,

O cheiro que tens quando te beijo,

Quando em noites escuras sigo um odor que me leva aos teus lábios húmidos, o cheiro de sexo recém feito, de um suor lambido e das tuas costas porosas que cubro com a textura da minha língua.

Sinto o teu cheiro no meu,

Cheira ao meu beijo na tua pele,

Cheira a ti por te beijar tanto.

O cheiro do meu beijo não me cheira tão bem quando me beijo sem ti.

Por não te ter, o cheiro do meu beijo aflige-me por não te poder beijar só mais um pouco, por não te poder correr em vales e rios, percorrendo os teus montes e descansando nas arribas onde prometi erguer casa.

O meu cheiro sem ti não é casa, é falta de ti.

Diogo Guerreiro

Escritor

Imagem Por, Louis-Jean-François Lagrenée, “Mars & Venus, Allegory of Peace” (Getty Center)

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