Posso habitar aqui
A ser, fazer (tudo – o meu melhor),
A trabalhar (em tudo):
Mas não sou de cá.
Sou de um endereço que esqueci.
Sem me lembrar,
Lembro-me que esse lugar era mais vasto que as muralhas depois do espaço.
Era silencioso, pacífico e longínquo do tempo.
Lembro-me, constante,
De um castelo gigante
Feito de glaciar e diamante
Suspenso em terra flutuante
E em perfeição delirante.
Enquanto espero pelo meu regresso
A única alternativa que encontro
É viver no simulacro a que tenho acesso;
E misturar-me,
Falsificar a minha vida toda,
Rir em encenação com as pessoas,
Dançar com as mentiras do quotidiano,
Acordar, dormir, ver paisagens, investigar a natureza,
Experimentar novos sabores, ver novas imagens,
E criar personagens para aumentar a minha riqueza.
Imagem Por, José Malhoa, “À sombra da parreira”
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