Lembro-me de tudo o que aconteceu ao longo do ano.
Lembro-me das viagens que fiz, do que escrevi, do que vi, do que vivi e do que aprendi.
Lembro-me do cheiro dos cozinhados que deram para o torto e daqueles que correram bem.
Lembro-me de todos os risos, de todas as lágrimas, de todos os minutos de gratidão e de todos os minutos de medo.
Lembro-me de todas as decisões que tomei e daquelas que ficaram por tomar. Dos medos que foram ultrapassados, das certezas, das dúvidas, das angústias.
De todos os abraços apertados, de reencontro, de carinho, de amizade. Abraços só por abraços, porque quando não há palavras, há abraços que dizem tudo.
Lembro-me de estar ali, naquele lugar tão importante para mim e de em silêncio pegares na minha mão e levares-me para ainda mais perto. Tão perto como nunca tinha estado, quase ao ponto de poder tocar no infinito. Lembro-me de ter chorado, do calor da tua mão a apertar a minha e do silêncio.
Não me lembro de quanto tempo ficámos ali, mas sei que não falámos durante muitos minutos. Mas lembro-me de regressar à vida, de olhar para ti e em volta perceber que todos nos olhavam em silêncio. Continuas-te em silêncio e eu também. Não havia mais palavras por dizer. Estava tudo dito.
Lembro-me de ter vivido devagar, mas percorrido o ano com passos firmes.
E é isso que desejo para o novo ano: continuar a dar passos firmes, abraços apertados de amizade, reencontro e perdão. Mas também de alegria e renascimento.
Escritora e Autora das obras “Inverno”, “Primavera”, os textos “O Capitão“, e “A Uma Semana do Natal“
Imagem Por, Pharamond Blanchard, “Fireworks [Feuerwerk]”
Também Gostarás:
- A Uma Semana do Natal Lembro-me de quando era criança e havia um pinheiro verdadeiro na sala, decorado com todos os enfeites colecionados ao longo...
- O Amor é mais do que se vê Nem tudo se vê, nem tudo se sente, tudo passa suavemente, como quem espera a torrente...
- Conselho de um Verdadeiro Amigo Claro que aceito! Mas quero primeiro conversar contigo, que tal combinarmos um café?...
- Sentimentos Perdidos Ando perdida e, logicamente, sem qualquer direção. Percorro as ruas sem receio de me perder, os dias sem a ânsia...
Mais
A Linha da Solidão
Era uma publicidade da SOSolidão. Não tinha nada a perder, ele que, afinal, já tinha perdido tudo. Ajeitou-se no sofá, suspirou e ligou.
Ontem Enterrei o Meu Melhor Amigo
Ontem enterrei o meu melhor amigo. Choveu muito, mas nem a chuva afastou aqueles que se quiseram despedir dele.
Decadência
A tua decadência faz-te, a partir de um certo milésimo de segundo, não te querer livrar dela nunca mais – esse, é o pico mais grave.
É Natal… !?!
As barraquinhas de Natal agora assustam-me e à medida que as luzes vão se erguendo pelas cidades o meu coração bate mais rápido.
Melodia do Nosso Adeus
Quanto mais ando menos saio do sítio, quanto mais te esqueço mais te quero. Quanto mais tempo passa, mais penso em ti.
O Artesão de Poemas
O meu avô Alberto era artesão e poeta. Tinha sonhos nas mãos, mas não sabia escrever. Retirava da vida a inspiração.