Inspiro a custo o frio da escuridão
Aroma férreo inunda os meus pulmões
Luto dentro de mim para não me deixar ser embalado
Expiro a ansiedade que me engole e consome nesta ilusão
Textura aveludada do sono que me prende em grilhões
Paralisado à espera do deus alado
Inspiro
Expiro
E tento inspirar
Inspiro a sede da minha respiração
Medo que corrói e me sussurra os seus sermões
Luto para que os pensamentos não me abandonem degolado
Expiro a luz efémera desta alucinação
Ouço as últimas palavras das suas suas orações
Ali fico eu, de corpo moribundo no chão velado
Inspiro
Expiro
E tento novamente inspirar
‘Ainda não é a tua hora’
Saboreio a melodia amarga no ar
Naquela morte frágil, sensual, aquele anjo me deixa ficar
Expirei… e voltei a inspirar
Por: Filipe Santos (Escritor)
Imagem, Por, Paul Gauguin, “Arlésiennes”
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