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Odeio, odeio as palavras que ficaram por dizer
E as flores que ficaram por colher
Odeio este olhar melancólico e passivo sobre ti e,
Odeio ainda mais a indiferença na marcha dos nossos corpos
Que outrora já foram passos, passos esses de uma dança lenta
Entre dois amantes talvez apaixonados.

Odeio a primavera e o outono e tudo o que se encontra pelo meio
E odeio ainda mais o calendário e os 3,6,5 dias
Que completam o intervalo, o compasso indefinido!

Odeio, odeio sobretudo o mar, a areia e a leveza do por do sol
E odeio ainda mais os momentos tão indefinidos e antinaturais,
Para dois amantes, talvez apaixonados.

E por fim odeio, talvez de forma sincera
Aquilo que nunca poderíamos ser e aquilo que nunca fomos…
E odeio-me mais a mim por acreditar que contigo os 3,6,5 dias
Não teriam intervalo até ao leito final, que fico assim apática e indiferente.

Mas tão natural é esse intervalo, esse compasso indefinido para dois amantes talvez apaixonados.

Marta Carvalho

Imagem Por, Akseli Gallen-Kallela, “The Lovers

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