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Cultivar a conexão com o nosso estado interior é fundamental nos dias de hoje.

Num mundo acelerado em que vivemos, o stress e a ansiedade são comuns e por isso encontrar maneiras de cultivar o sossego interno é crucial para a saúde mental.

Eu sei que a vida apresenta muitos desafios e com esses desafios a tendência é as pessoas fecharem o seu coração e as suas mentes. Respondem com raiva, medo, intolerância, desespero e julgamento.

O Heartfulness convida-nos a ter uma resposta diferente, ajuda-nos a encarar os desafios, o medo, o stress com que a tolerância, compreensão, aceitação e regulação.

Não considero o Heartfulness uma ferramenta ou prática, mas sim um estilo de vida que abraçamos e cultivamos frequentemente.

O que é ter um estado de alma Heartfulness?

Significa estabelecer compaixão e um olhar de aprendizagem para todas as experiências vividas. É simples e pode ser realizada por qualquer pessoa, independentemente da sua experiência de vida.

O Heartfulness é uma ação que implementamos inspirada na atenção plena e compaixão pelo que pensamos e sentimos. Ela não elimina as emoções ou pensamentos desagradáveis, mas sim ensina como conviver com elas sem nos sentirmos mal.

O que envolve o Heartfulness?

Envolve atitudes de relaxamento, concentração e visualização, que visam alcançar um estado de tranquilidade, regulação e harmonia interior.

O avanço tecnológico acrescentou muita na nossa evolução, mas também fez com que vivêssemos demasiado rápido, e tornou-se fácil viver num piloto automático e de facilitismo.

Vivemos para fazer algo obtendo assim um estilo de vida e um estado de ser bastante agitado. Muitas vezes andamos frustrados, com dificuldade em gerir a resiliência e adiar a gratificação.

Ora com o heartfulness criamos uma bolha protetora onde relembramos a nossa intenção diária de ativar o sistema parassimpático muitas mais vezes perante as euforias e tristezas.

Relaxando e desenvolvendo emoções de bondade, empatia, generosidade, calma e pacificação.

Vivemos com o coração que dá e recebe, sentindo as sensações e valorizando as opiniões dos outros e das nossas.

O que os cientistas dizem do Heartfulness?

Cientistas já demonstraram que o coração apresenta uma aura e uma inteligência particular e com a incorporação do heartfulness nas nossas vidas entendemos que a aura energética do coração influencia o nosso mundo interno e externo.

O Heartmath Institute defende que se vivermos a nossa vida com coerência com o nosso coração, o mundo à nossa volta será afetada, porque saberemos comunicar melhor, criar relações e tomar decisões mais ecológicas, menos competitivas e destrutivas.

Qual a origem do Heartfulness?

O Heartfulness vêm do berço do Mindfulness e para o incluirmos como um estado de ser temos que ter um compromisso connosco diário e apresentar nove atitudes:

  1. Mente de principiante
    Ter uma mente aberta, curiosa e sem julgamentos. Mesmo em situações familiares, tenta enxergá-las com “olhos de principiante”, sem te apegares às suposições prévias.
  2. Não Julgamento
    Observa atentamente os teus pensamentos, sentimentos e sensações físicas sem rotulá-los como certos ou errados. Acolhe tudo o que surgir com aceitação e compaixão.
  3. Paciência
    Cultiva a habilidade de permitir que as coisas se desenrolem no seu próprio ritmo. A paciência ajuda-nos a aceitar que algumas mudanças e progressos acontecem gradualmente.
  4. Mente do especialista
    Confia na tua própria sabedoria interna e experiência direta, em vez de procurares respostas externas o tempo todo.
  5. Confiança
    Acredita em ti mesmo e na tua capacidade de lidar com os desafios que a vida apresenta. Desenvolve a confiança e resiliência.
  6. Não Luta
    Não esforces excessivamente para alcançar um determinado estado ou mudar o que está acontecer. Aceita a realidade presente e está aberto para trabalhar com ela, em vez de resistires.
  7. Aceitação
    Permite que as coisas sejam como são agora, mesmo que haja desconforto ou dificuldade. A aceitação não significa apatia, mas sim uma atitude de acolhimento em relação ao que está presente.
  8. Desapego
    Reconhece que os pensamentos e sentimentos vêm e vão, sem te prender a eles ou te identificares por completo com eles. Desenvolve uma relação mais solta com os teus pensamentos e emoções.
  9. Gratidão
    Cultiva um senso de gratidão e apreciação pelos aspetos positivos da vida, grandes ou pequenos. Ao cultivar a gratidão, desenvolves uma atitude mais positiva e aberta relativamente à vida.

Um pequeno exercício para ti

Fecha os olhos e coloca toda a tua atenção no teu coração. Observa o que sentes. Abre os olhos e sacode o teu corpo. Procura a sensação de amor e abraça-te com muita força. Fica o tempo que for necessário para ti.

Diariamente encontre um local tranquilo e faz esse exercício anterior.

À medida que incluis esta ação avanças e começas a cultivar sentimentos de amor e compaixão por ti mesmo e pelos outros. Visualizas a energia amorosa e envolves o teu coração num ser pleno integro e completo.

Com este ato de relaxamento vais conseguir escutar-te, respeitar e auto-cuidar.

Os benefícios do Heartfulness?

  • Reduz o stress e ansiedade: A prática do Heartfulness ajuda a acalmar a mente e a reduzir os níveis de stress e ansiedade, proporcionando uma sensação de tranquilidade e paz interior.
  • Melhora da concentração e clareza mental: O cultivo da atenção plena promove a capacidade de concentração e ajuda a clarear a mente, tornando-a mais focada e recetiva.
  • Oferece equilíbrio emocional: Ao cultivar o amor e a compaixão, o Heartfulness pode auxiliar na regulação das emoções, promovendo um equilíbrio entre sistema nervoso simpático e parassimpático.

Stephanie Lourenço Afonso

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta

Imagem Por, Maxfield Parrish, “Hilltop”

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