Sentou-se, uma vez, algo no coração do Henry
tão pesado, se ele tivesse cem anos
& mais, & chorando, sem dormir, em todo tempo
Henry não poderia fazer o bem.
Começa novamente sempre nos ouvidos de Henry
a pequena tosse algures, um odor, um badalar.
E há outra coisa que ele tem em mente
como um sério rosto sienense de mil anos
falharia em desfocar a quieta reprovação ainda perfilada.
Horrível,
de olhos abertos, ele atende, cego.
Todos os sinos dizem: tarde demais. Isto não é para lágrimas;
pensando.
Mas nunca Henry, como ele pensou que fez,
Acabou alguém e esquartejou o corpo dela
e escondeu os pedaços, onde eles podem ser encontrados.
Ele sabe: verificou todos, & não falta ninguém.
Frequentemente, ao amanhecer, ele os conta.
Nunca ninguém está a faltar.
// Imagem Por, Dave McKean, “Sandman”
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