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Há pedras que parecem ser duras, mas quando as apertamos desfazem-se com facilidade. Já me deparei com muitas pedras dessas, pedras que apertei e acabei por ser enganado, sendo apenas areia que me escapou por entre os dedos e eu fiquei com a mão fechada e vazia.

Inspiro. O ar que respiro tem gosto pesado e faz-me sentir os pulmões. Sinto-me vivo e estar vivo dói. O som que oiço é maciço, duro e forte. Rijo. É um som agressivo e zangado. Curioso, abro os olhos lentamente. A luz do Sol encandea-me… Já vejo! É o mar. O mar que vejo afinal é leve e calmo. Agora que abri os olhos, as ondas do mar não são agressivas. As ondas enrolam-se suavemente umas nas outras como se estivessem a namorar.

Ao longe no alto vejo uma gaivota. O vento sopra-lhe as asas e ela deixasse voar. O que pensará ela de quem não voa? Será que ela sonha em correr livremente da mesma maneira que eu sonho poder voar?

Francisco Azevedo

Imagem Por, Johan Lundbye, “A burial mound from ancient times by Raklev on Refsnæs” (Thorvaldsens Museum)

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