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Há muitos motivos pelos quais é importante manteres registos das tuas experiências de maneira regular e contínua:

  1. Em primeiro lugar, ansiedade intensa ou crónica, dificuldades de humor ou outras experiências emocionais desagradáveis parecem estar fora do teu controlo, como se tivessem vida própria. Provavelmente, sentes-te como se às vezes fosses vítima das tuas próprias experiências desagradáveis ou angustiantes. Aprender a ser um observador, em vez de uma vítima, da tua própria experiência é o primeiro passo para alcançares estabilidade.
  2. Em segundo lugar, ao aprenderes a reconhecer como o que pensas, o que sentes e o que fazes pode contribuir para experiências emocionais desconfortáveis ou angustiantes, como ansiedade ou depressão, terás mais facilidade em identificar quais aspetos do que pensas, fazes e sentes estão a contribuir para o teu sofrimento e utilizares maneiras novas e mais úteis de lidar com as tuas experiências. A manutenção de registos contínuos pode ajudar-te a começar a reconhecer e identificar essas partes da tua experiência.
  3. Outro motivo importante para a manutenção de registos regulares e contínuos é que esse tipo de monitorização fornece informações muito mais precisas do que obténs simplesmente quando te metes a ruminar sobre: «Como é que me tenho sentido ultimamente?». Se te pedirem para descreveres a tua última semana, podes considerar que foi péssima, quando na verdade pode ter havido várias vezes em que te sentiste relativamente bem. Na verdade, esses julgamentos negativos sobre como te estás a sentir podem estar a contribuir para os teus sentimentos contínuos de ansiedade, depressão ou outras emoções angustiantes.

Manter registos contínuos das tuas experiências emocionais força-te a reconhecer que o teu estado de humor flutua e que há momentos em que te sentes menos angustiado do que noutras ocasiões. Assim, quando analisares esses registos, terás uma imagem mais realista do que realmente está a acontecer contigo, permitindo que te sintas mais estável e menos angustiado. Neste último exercício, a ideia é aprenderes a registar quantas vezes ao longo da semana te sentiste de uma certa maneira, o que estava a acontecer antes de te sentires angustiado e como respondeste (o que estavas a pensar, fazer e sentir).

Para te ajudar a fazer isto, temos este questionário/teste de ansiedade, realizado por mim Sophie Seromenho, para registar informações objetivas acerca da tua ansiedade. Temos também no final o teu gráfico de Registo de Progresso para ajudar-te-á a manter tudo em perspetiva. Pode ser útil imprimi-lo e deixá-lo num lugar bem visível, como no espelho do quarto ou no frigorífico, de modo que sejas lembrado das mudanças positivas e progresso que estás a fazer.

A ideia é construíres algo deste género:

Aviso: O uso deste recurso não se destina ou dever ser considerado, como um substituto do aconselhamento médico ou psicológico profissional, diagnóstico ou tratamento. Se estás a sofrer de algum problema de saúde mental, recomendo que procures orientação médica ou psicológica formal antes de usares este recurso. Este recurso deve ser usado para apoiar boas práticas, não para substituí-las.

Na última semana, com que frequência te sentiste ansioso?

Na última semana, quando te sentiste ansioso, quão intensa ou grave foi essa ansiedade?

Na última semana, com que frequência evitaste situações, lugares, objetos ou atividades por causa da ansiedade ou medo?

Na semana passada, quanto da tua ansiedade interferiu na tua capacidade de fazer as coisas que precisavas de fazer no trabalho, na escola ou em casa?

Na semana passada, quanto da tua ansiedade interferiu na tua capacidade de fazer as coisas que precisavas de fazer no trabalho, na escola ou em casa?

!!Inclui o Teu Total Neste Teu Registo de Progresso!!

Sophie Seromenho

Psicóloga Clínica e Autora do livro “Não é Loucura, É Ansiedade“. Escritora do artigo “Ansiedade: Pazes com o Passado“, “Agorafobia e Perturbação de Pânico, “Entre Ataques de Pânico e Crises de Ansiedade” e Este teste de ansiedade.

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