Está a chegar o natal. As crianças animam-se para que este tão esperado dia finalmente chegue, para que possam rodear a árvore grande e lustrosa, cantar canções de natal e abrir presentes.
Lembro-me de quando era mais nova e, no começo do mês de novembro, fazer tocar a minha playlist realizada especialmente para esta época natalícia. Lembro-me de cantar e dançar enquanto construía a árvore de natal, já a meados de dezembro. Enroscava as luzinhas pela sua estrutura espigosa, pendurava as bolas coloridas desorganizadamente!
Muitas vezes a minha mãe recordava-me que precisava harmonizar a árvore e colocar as decorações, de forma proporcional, ao seu redor, para que tudo ficasse mais bonito.
Com o passar do tempo, estes dias antecipados tornaram-se como tradições. Que se regeneram pela família… pelos amigos.
E foi ao conhecer-te que não quis deixar estas tradições para trás. Foi com o passar dos dias que evidenciei a importância destas tradições na criação da minha própria família – da nossa futura família.
Por várias vezes realmente falamos disso, como queríamos que a vida nos sorrisse depois de tanto caos, como desejávamos que, depois de tanto tempo, pudéssemos viver a história que ambas escrevemos, juntas.
Espero que os nossos filhos possam, desde novos, saltar da cama, em todos os amanheceres, apenas para cantar as músicas de natal que agora me alegram. Espero que, quando crescermos, possamos olhar para eles e lembrarmo-nos de nós, numa bela memória nostálgica. Que, enquanto decoramos o grande pinheiro, consigamos contar-lhes os nossos segredos mais especiais.
Aguardo pelo dia em que estejamos enroscadas nos cobertores da nossa casa, com os nossos filhos, enquanto assistimos Sozinho em Casa pela milésima vez, apenas para conseguirmos ver os seus olhinhos – que espero ansiosamente que se pareçam com os teus – sorrir, para podermos ouvir, juntas, as gargalhadas soarem.
Tenho os dias contados, mas, contigo, recomeçaria a vida para poder viver mais tempo ao teu lado; para que, as páginas deste livro que agora escrevemos, se tornem numa coleção sem rumo final.
Mas, porque não disponho de uma máquina do tempo, criaremos aqui a nossa saga infinita, meu amor.
Escritora e Autora de outros textos como “Monólogos Durante Madrugadas“, “Enintensída” e “Mundo Desconhecido“
Imagem Por, Viggo Johansen, “Joyful (Happy) Christmas [Glade jul]” (Hirschsprung Collection)
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