Lembro-me de quando era criança e havia um pinheiro verdadeiro na sala, decorado com todos os enfeites colecionados ao longo dos anos.
Lembro-me das bolas de vidro pintadas a mão que já se partiram quase todas. Lembro-me do cheiro a resina e a pinho.
Lembro-me de entrar na sala de manhã e sentir o cheio do pinheiro misturado com ananás, bolos e fritos.
Lembro-me dos bonecos de chocolate pendurados na árvore. De comer um chocolate por dia até a noite de Natal, deixar o maior Pai Natal para o fim e guardar as pratas coloridas.
Lembro-me do Pai Natal que ia no comboio ao circo e da Minha Agenda.
Lembro-me de irmos de propósito a Lisboa ver as luzes, uma tradição que tentamos manter.
Lembro-me da excitação do jantar de Natal, da mesa posta com requinte e como nos esforçamos para isso se manter apesar de sermos cada vez menos a mesa.
O Natal não é feito só de amor e paz.
Também é feito de memórias.
E são essas memórias que agora se sentam connosco a mesa, nos fazem viver cada dia e aproveita-lo porque ele é único. Nos fazem acreditar que todos os dias podem ser dias de Natal, porque Natal é quando quisermos, e nós queremos ver luzes bonitas, dar presentes e pôr mesas requintadas sempre que nos apetecer. Porque isso é felicidade. Tal como o Natal.
Imagem “The Three Wise Men of the West”
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