Importância do Bem-estar
Ao sentirmo-nos psicologicamente bem, demonstramos ser mais confiantes e transmitimos a nossa capacidade plena para lidar com o dia a dia.
No entanto, todos nós já nos deparamos com gatilhos: acontecimentos (esperados ou não) que mudaram a forma como nos sentíamos em relação a nós, aos outros e ao mundo. Assim, se essa forma alterada de sentir se verificar duradoura ou prolongada no tempo e se implicar um sofrimento associado, poderemos estar perante uma perturbação do bem-estar psicológico. Considerando o panorama nacional, estima-se que 1 em cada 5 portugueses vivencia, ao longo do seu ciclo, uma perturbação ao nível psicológico, o que deveria implicar uma atenção redobrada aos cuidados a dedicar à saúde mental.
Algo que devemos ter bem presente passa pelo facto de que estas dificuldades podem verificar-se com qualquer pessoa, independentemente do género, idade, grau académico, estatuto socioeconómico, etc. interferindo com a sua perceção de mim e tendo um impacto nas diferentes vertentes da vida (pessoal, familiar, social, académica/laboral). A verdade é que uma doença de foro psicológico merece a mesma atenção que qualquer outra problemática, pois o impacto e grau de incapacidade é igualmente impactante e pode constituir uma experiência perturbadora e assustadora não só para quem a vivência, mas também para as pessoas ao seu redor.
O medo do escrutínio e julgamento por parte dos outros leva-nos, por vezes, a não procurar a ajuda de que precisamos. No entanto, é possível recuperarmos e vivermos uma vida plena, produtiva e feliz com o auxílio de acompanhamento psicológico (com ou sem combinação de terapia farmacológica).
Fobias e Medos
No caso específico das fobias, primeiro importa descortinar do que se trata. Uma fobia constitui um medo irracional e, por vezes, exagerado de algo que o cérebro interpreta como potencialmente perigoso. O medo é uma emoção básica e representa uma resposta de alerta perante algo que represente uma ameaça real. Porém, é também possível sentir medo (e fobia) perante estímulos ou situações que não sejam realmente uma ameaça. Algumas das fobias mais comuns podem ser aranhas, alturas, espaços fechados e/ou espaços com muitas pessoas, entre outras.
Sentir fobia a algo pode ser extremamente desgastante. Em primeiro lugar, porque os evitamentos, isto é, os comportamentos premeditados para evitar o objeto fóbico, vão estar sempre presentes e, em segundo lugar, porque quando os evitamentos não resultam e nos confrontamos com esse estímulo, podemos sentir níveis tão elevados de ansiedade que nos proporcionam desgaste físico e/ou mental intenso, especialmente em situações que culminam com ataques de pânico.
A verdade é que todos nós sentimos medo e/ou desconforto em relação a determinados objetos. Existem diversos tipos de fobias, das mais simples (escuro, sangue, cobras…) às mais complexas (como a agorafobia ou a fobia social), pelo que se ressalva que ter fobias pode ser algo comum. Porém, as fobias devem ser alvo de especial atenção quando interferem diretamente com a nossa qualidade de vida, quando nos impedem de alcançar os nossos objetivos e quando limitam o nosso dia a dia. Nesses casos, é importante pedir ajuda para perceber realmente o que estamos a sentir, deixar de lado os evitamentos que contribuem para a manutenção da fobia e agir de forma adaptativa em relação ao objeto/estímulo fóbico.
Se se identifica com o acabou de ler, lembre-se que um@ psicólog@ pode ajudar. Por si e para si, procure ajuda.
Imagem Por, James Ensor, “The Intrigue [L ‘Intrigue]” (Royal Museum of Fine Arts Antwerp)
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