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A morte/luto de uma pessoa significativa traz, muitas vezes, vazio e incompletude pela perda da ligação emocional e afetiva.

  • “Agora ninguém me compreende”
  • “Parece que perdi uma parte de mim”
  • “Ele fazia-me sentir especial”
  • “Não sei como será daqui para a frente”

A pessoa enlutada precisa de se sentir acolhida e acompanhada e a qualidade das relações à sua volta terá um papel fundamental na evolução do processo de luto. Mais do que conselhos, resoluções ou distrações, a pessoa em luto precisa de ter espaço para expressar as suas necessidades emocionais:

  • Sentir-se segura e protegida para expressar a sua experiência, sem pressas, críticas ou julgamentos
  • Ser escutada e aceite na sua história de perda
  • Ser valorizada na sua forma de elaborar o luto
  • Estar numa relação de reciprocidade, onde há partilhas honestas de experiências de dor
  • Poder definir-se e afirmar-se de forma individual e única na vivência da sua perda
  • Sentir que a sua experiência de luto tem impacte nos outros e que se sentem envolvidos com a sua história
  • Estar numa relação em que o outro toma a iniciativa para dar apoio e ajudar
  • Poder expressar amor e vulnerabilidade, de forma genuína e autêntica

Resumindo, ouvir, sentir e acompanhar, lembrando que o luto é um processo íntimo e subjectivo de oscilações entre a orientação para a perda e a orientação para a reestruturação.

Nota: Se em algum momento sentir que o seu sofrimento ou da pessoa em luto se torna insuportável e incapacitante de prosseguir com a vida diária ou de perspectivar o futuro, procure ajuda especializada de um psicólogo ou do seu médico de família, ou recorra ao seu centro de saúde ou a uma urgência hospitalar.

Ana Correia

Psicóloga Clínica. Autora de artigos sobre o luto: “Vivendo” e “Desmitificando“.

Imagem por, Anna Ancher, “A Funeral” (Statens Museum for Kunst)

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