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Compreender o tema da inteligência emocional remete-nos antes a saber mais sobre o conceito de emoções e autocuidado emocional. Já que o tema das emoções já foi cobrido, vamos falar da inteligência emocional.

O conceito de inteligência emocional tem sido estudado ao longo dos anos e surgiu pela primeira vez nos finais dos anos 80 por Salovey, que redefiniu as inteligências pessoais de Gardner, interpessoal – capacidade de compreender as outras pessoas, o que as motiva, como funcionam e trabalham entre si – e intrapessoal – capacidade de criarmos um modelo correto e verídico de nós mesmos e de usar esse modelo para funcionarmos de forma eficaz na vida – ; a definição básica de inteligência emocional, distribuindo essa capacidade por cinco domínios principais: (I) Conhecer as nossas próprias emoções; (II) Gerir as emoções; (III) Motivarmo-nos a nós mesmos; (IV) Reconhecer as emoções dos outros; (V) Gerir relacionamentos.

Anos mais tarde, por volta de 1997, Daniel Goleman definiu inteligência emocional como “a capacidade de a pessoa se motivar a si mesma e persistir a respeito das frustrações; de controlar os impulsos e adiar a recompensa; de regular o seu próprio estado de espírito e impedir que o desânimo subjugue a faculdade de pensar; de sentir empatia e de ter esperança.” Goleman simplificou também o modelo original de Salovey, e de cinco passou para quatro domínios: autoconsciência, autorregulação, autoconhecimento e gestão das relações.

A pesquisa refere que as pessoas com uma boa gestão emocional apresentam, no contexto do quotidiano, uma relação mais positiva consigo mesma e com os outros em relação aquelas que não têm essa capacidade de gestão. Então, como podemos desenvolver a nossa inteligência emocional? A inteligência emocional adquire-se através da educação e do desenvolvimento de competências emocionais que contribuem para um melhor bem-estar na vida, sendo um processo contínuo que difere de pessoa para pessoa. De acordo com Margaret Andrews, para uma melhor autoconsciência, empatia e habilidades sociais, é importante:

  1. Reconhecer/Identificar as nossas emoções
    Quais são as emoções que sinto agora? Quando estou numa situação de maior stress, quais são as emoções que normalmente surgem? Tirar um momento para identificar o que sentimos e refletir sobre isso é um passo importante para a nossa inteligência emocional.
  2. Pedir feedback
    Perguntar a familiares, amigos e colegas de trabalho qual a perceção que têm acerca da forma como reagimos a determinadas situações, como lidamos com a resolução de conflitos, o nível de empatia. Este feedback pode nos ajudar na nossa autorreflexão.
  3. Ler/Estar a par da informação e literatura
    Estudos mostram que a leitura de informação e histórias com personagens complexas pode melhorar a nossa empatia. Ler histórias da perspetiva de outras pessoas ajuda-nos a obter informações sobre como pensam, as suas motivações e as suas ações, o que nos pode ajudar a aumentar a nossa consciência social.

Deste modo, podemos afirmar que a inteligência emocional é fundamental para construir e manter uma boa relação com nós mesmos e com os outros. Embora algumas pessoas tenham uma melhor regulação emocional do que outras, a inteligência emocional pode ser desenvolvida e aprimorada.

Termino com uma citação de Manuela Queirós:

Goleman considera que a inteligência emocional é a chave para o sucesso. Eu acredito que é também a chave para a felicidade.

Maria Mendes

Psicóloga Clínica e da Saúde

Imagem Por, Wenzel Hablik, “Mont Blanc Sunset”

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