Hoje fez Sol, os pássaros cantam alegremente e Diana despertou. Olhou para a sua janela e a menina de 9 anos soube imediatamente como passar o seu dia.
Ela tomou o pequeno-almoço e foi ter rapidamente com o seu pai que estava no jardim.
— Pai! Pai! É hoje! É hoje! Posso ir brincar na floresta?
— Podes, mas tem cuidado, filha. – Advertiu o seu pai.
— Sim, pai.
Diana, nos seus fins de semana, gostava de brincar no campo, mas hoje era um dia especial porque era o início da primavera. Ela sempre gostou de ver as mudanças do tempo e sempre achara a primavera a estação mais bela de todas.
Antes de chegar à floresta, passou pelas flores do seu jardim que o pai plantou com ela. Ela tinha uma zona só dela com Petúnias. Ela adorava a mistura de cores púrpuras e brancas que as flores davam ao seu jardim.
— Ah, petúnias. Eu adoro petúnias! – Disse ela ao pegar numa e cheirar o seu doce aroma. De seguida, colocou uma no seu cabelo comprido e seguiu para a floresta.
Ela já veio imensas vezes com o pai e foi ensinada a passear pela floresta com cuidado e sem fazer barulho e seria capaz de ver imensas surpresas.
Ela caminhou um pouco e viu uma raposa e os seus três filhotes a seguirem a sua mãe. Diana sempre as achou adoráveis. Também encontrou pássaros a chilrear uns para os outros enquanto voavam entre árvores e pulavam entre raminhos. Olhou para outras árvores e viu esquilos a correr pelos ramos, enquanto a olhavam, como se a cumprimentassem e ela sorria de volta.
Seguiu um pouco adentro da vegetação e chegou ao rio. Agachou-se e viu o seu reflexo e como a petúnia ficava-lhe bem. Diana também adorava o cheiro da água cristalina do rio.
Avançou um pouco mais até ao seu lugar especial. Uma pequena colina com uma única árvore e um dos ramos tinha um baloiço pendurado e lá ela balançou.
Algum tempo depois, enquanto brincava no seu baloiço especial, o seu pai encontrou-a.
— Já sabia que estarias aqui.
— Pai! – Chamou ela ao sair do seu balouço.
— São quase horas de almoço, temos que ir para casa senão a tua mãe zanga-se.
— Oh, não podemos ficar só mais um bocadinho? – Perguntou a sua filha com voz triste.
— Vá, tudo bem, só mais um pouco. – Parou de falar enquanto a filha celebrava. – Queres que te empurre no baloiço?
— Sim!
E lá foram os dois. Diana sentou-se e o seu pai empurrou-a no baloiço. As folhas das árvores davam-lhe a sombra perfeita para aquele dia ensolarado para poder brincar no baloiço sem ficar com calor.
— Oh filha, conta-me lá o que viste hoje?
— Eu vi uma raposa com filhotes. Eles eram tão adoráveis!
— Acredito que sim. Sabes, esta árvore traz-me recordações.
— Como assim, pai?
— Este baloiço foi o meu pai que construiu para mim e o seu avô plantou esta árvore.
— A sério?! – Perguntou a Diana surpreendida com este facto. – Esta árvore já tem quantos anos?
— Talvez quase uns 100 anos.
— 100 anos!? É muito velha!
— Nem por isso, árvores como esta costumam ser novinhas com 100 anos.
— Wow! Sabes, pai? Eu adoro a primavera, é uma estação muito linda.
— E porquê, querida?
— Os animais aparecem mais nesta estação e as flores abrem-se e mostram as suas cores lindíssimas!
— Tens razão, Diana. Vá, agora temos que ir embora que a tua mãe está a fazer o almoço.
Enquanto desciam a colina de mãos dadas, Diana olhava para a árvore e sorria para ela. Ela passava os seus dias mais felizes rodeada da natureza e de todo o seu belíssimo esplendor que a primavera trazia.
Escritor e Autor dos Textos “Parentalidade” e “Conselho de um Verdadeiro Amigo“
Imagem Por, Paul Signac, “Le Pin de Bertaud”
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