|| ◷ Tempo de leitura: 5 Minutos ||

Antes de falarmos do autoconhecimento devemos mencionar a curiosidade. A curiosidade consegue mover gerações, pessoas, grupos, corações e sensações. Esta leva muitas vezes o indivíduo a procurar respostas, algumas práticas e outras mais complexas ligadas ao mundo da Psicologia: “O que posso fazer para deixar de sentir ansiedade?” Ou “Maneiras de deixar de pensar em coisas más!” Ou ainda “O que posso fazer para me conhecer melhor?”.

Relativamente ao autoconhecimento – e mencionar conceitos como descoberta, envolvimento, compromisso e curiosidade são importantes, pois quer estes como outros conceitos são essenciais para o primeiro – o autoconhecimento é definido pelo processo de conhecer-mo-nos no presente e reconhecer-mo-nos no passado. Ter autoconhecimento é: perceber quem fui e quem sou, encontrar respostas mesmo sem as procurar, ressignificar o presente e mais do que saber quem sou é saber o que quero ser.

O autoconhecimento é algo valioso, afinal todos os processos terapêuticos passam por aqui, pela descoberta, reconhecimento do que sinto e o porquê sinto. Nem sempre será fácil lidar com o que irás descobrir, mas certamente será isso que te fará compreender e respeitar a tua vida e escolhas.

Para trabalhar o autoconhecimento, através da terapia, são necessárias bases como trabalhar a autoestima, estabelecer limites, reconhecer valores pessoais, qualidades e defeitos. Aquilo que temos de pior que nos faz sentir mal é passível e deve ser trabalhado – e a partir deste trabalho poderemos dar um propósito à forma que sentimos-nos. O autoconhecimento revela-se então importante na construção de uma base sólida de acreditação e valorização pessoal. E com esta valorização poderás ser a tua melhor versão, potenciando ao máximo as tuas qualidades/valores e fazendo-te viver de acordo com estes, permitindo que chegues então ao estado que chamo plenitude onde desfrutas da leveza na forma que sentes e como sentes.

Descobrir Quem És

Ligadas ao autoconhecimento surgem também grandes questões como:

  • Quem sou eu?
  • O que me faz feliz?
  • O que me faz querer estar aqui (ex: trabalho)?
  • Quem é que gosto de estar com para passear/ver um filme/jantar…?

Ao respondermos a questões como estas, conseguimos descobrir mais sobre nós (os nossos valores, ideais, crenças) e reconhecer as nossas atitudes e comportamentos.

O autoconhecimento revela-se então importante na construção de uma base sólida de acreditação e valorização pessoal. E com esta valorização poderás ser a tua melhor versão, potenciando ao máximo as tuas qualidades/valores e fazendo-te viver de acordo com estes, permitindo que chegues então ao estado que chamo plenitude onde desfrutas da leveza na forma que sentes e como sentes.

Para poderes ingressar na jornada do autoconhecimento, seguem-se então algumas práticas para adotares:

  • Reflexão e escrita terapêutica. Faz questão de parar (na altura que te for mais favorável): olha ao teu redor; identifica e reconhece os acontecimentos do dia e como estes fizeram-te sentir. Passar isto para o papel é uma ótima forma de trabalhar quem és.
  • Questiona-te. Refletir sobre as questões mencionadas neste artigo pode ajudar-te neste processo e as questões para responder podes acrescentar:
    • Quais são os meus objetivos?
    • O que gosto mais e menos de fazer?
    • O que me deixa orgulhoso de mim mesmo?
    • Quais são os meus passatempos?
    • Que hábitos gostaria de mudar ou criar?
  • Ouve e acolhe. Sem medo do que possas ouvir sobre ti, pergunta às pessoas ao teu redor, “Quem sou eu?” e pede que te descrevam. As pessoas têm uma opinião sobre ti e quem és, e estas nem sempre são as que mais esperas. Após receberes as opiniões, acolhe o que sentes, compreende como as opiniões te fazem sentir e reconhece as que te identificas. Um bom amigo irá dizer-te as tuas qualidades e defeitos.
  • Escreve uma carta ao teu futuro eu. Num papel, escreve sobre quem atualmente és e quem queres ser, define a seguir uma data importante (como aniversário, por exemplo) e apenas abre a carta nessa data. Chegada a data, ao abrires a carta, reflete sobre o que conseguiste alcançar, superar e conquistar desde o dia que escreveste a carta.
  • Terapia. Um psicólogo é alguém imparcial que irá ajudar-te neste todo caminho, o que faz com que não haja lugar melhor para descobrires quem és, para te conheceres e reconheceres como ser único. Na terapia irás trabalhar como te sentes em relação a quem és, a tua história de vida, os teus pensamentos/emoções e potenciar a melhor versão de quem queres ser.

O autoconhecimento é igualmente importante para todos, quer seja para as relações que temos ou para a visão que temos sobre nós. Ao trabalharmos quem somos, percebemos que muitas vezes o que sentimos face aos outros ou como os outros se sentem face a nós, é muitas das vezes fruto dos nossos sentimentos, emoções e crenças. O processo de autoconhecimento poderá ser duro, mas ele não deixa de ser essencial.

Inês Roseiro Martins

Psicóloga

Imagem Por, Maxfield Parrish, “Ecstasy”

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Imagem Paul Gustav Fischer, “Sunbathing in the Dunes” com um cenário de praia Previous post Dias Quentes, Cheios de Amor
Imagem por Martin Johnson Heade, “Blue Morpho Butterfly” que representa a metamorfose da borboleta Next post Metamorfose da Borboleta